Os Principais Golpes Aplicados Contra Homens Solteiros: como funcionam e o que diz a lei
- Busca Juridica

- 17 de nov.
- 3 min de leitura

Nos últimos anos, aumentou significativamente o número de registros de ocorrências envolvendo golpes praticados contra homens solteiros em diferentes contextos — principalmente em relacionamentos virtuais, encontros casuais e aproximações realizadas por aplicativos. Embora os golpes possam ser cometidos por qualquer pessoa, especialistas destacam que alguns tipos de fraude têm sido frequentes em investigações policiais envolvendo mulheres que se aproveitam da vulnerabilidade emocional ou financeira das vítimas.
A seguir, o portal apresenta os golpes mais comuns, como funcionam e quais são as medidas jurídicas cabíveis.
1. Golpe do “afeto”: quando o relacionamento se transforma em extorsão
Um dos golpes mais conhecidos envolve a criação de um vínculo emocional rápido. A fraude ocorre em duas etapas:
Construção da confiança:A golpista cria um ambiente de intimidade — muitas vezes idealizado — para que o homem se sinta seguro e emocionalmente envolvido.
Ameaça ou manipulação:Após o vínculo, podem surgir pedidos de dinheiro, chantagens, ameaças de exposição de fotos íntimas ou alegações falsas para obter vantagens.
Enquadramento jurídico: estelionato (art. 171 do CP) ou extorsão (art. 158 do CP), conforme o caso.
2. Golpe do “nude”: exposição da intimidade para obter dinheiro
Neste golpe, a vítima recebe convites para conversa íntima, troca de fotos ou vídeo chamadas de teor sexual. Logo após o envio do material, surgem ameaças:
de divulgar as imagens à família, ao empregador ou redes sociais;
de “denunciar” a vítima falsamente como autor de assédio.
É um dos golpes que mais cresce no país e atinge homens de todas as idades.
Crimes envolvidos: extorsão, ameaça, crime contra a honra e, dependendo do caso, falsa imputação de crime.
3. Golpe do “falso BO de agressão”
Há registros crescentes de situações nas quais, após o término ou desentendimento, a mulher ameaça registrar ou efetivamente registra boletim de ocorrência falso, alegando agressões inexistentes para:
obter vantagem financeira,
pressionar pela manutenção do relacionamento,
causar prejuízo emocional ou reputacional.
Casos assim têm sido analisados com cautela pelas Delegacias de Defesa da Mulher e pelas varas criminais.
Tipificação jurídica:
Denunciação caluniosa (art. 339 do CP)
Comunicação falsa de crime (art. 340 do CP)
4. Golpe do “filho inexistente”
Outro golpe recorrente envolve a alegação de uma suposta gravidez para obter valores financeiros, apoio emocional e até assinatura de documentos. Em alguns casos, a vítima só descobre que não havia gestação após meses de pagamentos e manipulações.
Crimes relacionados: estelionato e falsidade ideológica.
5. Golpe do “ensaio fotográfico / dívida compartilhada”
Ocorre quando a mulher convence o homem a assumir parte de uma dívida — como pacotes de viagens, equipamentos, cursos ou despesas de eventos — com a promessa de relacionamento sério ou parceria. Após a assinatura ou transferência bancária, ela simplesmente rompe o contato.
Consequência jurídica: ação cível para reaver valores e possível investigação por estelionato.
6. Golpe do “pix urgente”: pedido de socorro falso
Muito comum em relacionamentos recém-iniciados. A mulher relata situações graves e urgentes:
doença repentina,
aluguel atrasado,
risco de despejo,
violência ou ameaça de terceiros.
A narrativa emocional convence vítimas a realizarem transferências instantâneas. Após o envio, a golpista desaparece.
Base jurídica: estelionato.
Por que esses golpes funcionam?
Especialistas apontam três fatores principais:
Vulnerabilidade emocional: homens que buscam companhia ou afeto podem baixar a guarda.
Confiança digital: conversas por aplicativos criam falsa sensação de intimidade.
Vergonha de denunciar: muitos homens evitam procurar ajuda policial por receio de exposição.
O que fazer se cair em um golpe?
Registrar boletim de ocorrência imediatamente.
Guardar prints, conversas, comprovantes de transferência e perfis usados pela golpista.
Procurar um advogado criminalista ou especializado em crimes digitais.
Solicitar bloqueios bancários e medidas judiciais para rastrear valores.
Nunca ceder à extorsão — ceder não encerra o golpe, apenas reforça o comportamento criminoso.
Conclusão
Os golpes envolvendo relacionamentos e manipulação emocional se tornaram uma das principais formas de estelionato digital e presencial no Brasil. Embora a maior parte das relações seja legítima, homens solteiros têm sido alvos frequentes de criminosas que utilizam a confiança como arma.
A conscientização jurídica e emocional é a principal ferramenta de prevenção.




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